segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Os mesmos olhos, a mesma pele hoje sentindo coisas tão diferentes e tão melhores. Aprendendo finalmente a ter preguiça de se aborrecer. Já vi o fim do mundo algumas vezes e na manhã seguinte estava tudo bem.

Aquilo que no passado me satisfazia e arrancava um sorriso, hoje é apenas um motivo para risos e uma sensação de não reconhecimento.

Por muito tempo saia do meu casulo e ia apenas até onde os olhos ainda pudessem avistar. Presa por um fio, cordão umbilical.

Mas eu queria mais, eu queria liberdade, só cai quem voa.

O fio se rompeu e o ar parecia acabar devagar enquanto a fumaça sépia cobria tudo aquilo que eu queria e precisava ver.

Na busca de um rumo, qualquer destino me fazia andar.

Agora não tem mais fio, não tem mais lugar seguro mas tem um mundo inteiro a se ganhar, e eu tenho ganho ele a cada dia.

Não tem mais juras de amor, nem idealizações. Corri uma vida para entender que amar o outro só significa querer ver o foco do amor feliz. Simples assim, como a vida inteira.

E como ele já dizia, se a gente deixar de viver não vai dar tempo de sorrir.

E francamente, não me agrada mais um lugar seguro e a mesmice, nenhum porto tão sedutor a ponto de me fazer ancorar.

Eu quero pisar no desconhecido, eu quero quebrar a cara e corações, sofrer, amar e por fim, viver. Afinal é a única coisa que faz esse coração todo remendado bater sorrindo.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Aquela pessoa chorando no cantinho sou eu, saltitante pela casa também sou.
Aquela pessoa descrente de tudo sou eu, cheia de fé também sou eu.
E tudo junto e ao mesmo tempo.
E sim, negar qualquer uma das minhas partes para mim tem o peso de ir contra toda minha existência.
Eu sei, é complicado. Mas é assim que é.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Chegou em casa. Estava todo embrulhado com várias etiquetas de:
Cuidado Frágil.
Era um pacote grande todos tinham medo de abrir e ver o que era, as vezes o pacote ficava se movimentando, o medo aumentava.
E ele passou bastante tempo lá, quase que como um ovo esperando a hora de sair.
Seja lá o que tivesse lá dentro já estava lá a muito tempo.
O máximo de atenção que davam para aquilo era um olhar de curiosidade misturado com reprovação.
O pó se acumulava, o espaço fazia falta.
Um dia uma pessoa rasgou sem pudor a primeira camada de papelão e se viu cores bonitas surgindo, ficou um tempo observando porque era realmente bonito.
Abaixo tinha uma camada de papelão bem mais grossa, parecia ser feita de cálcio era quase impossível romper mas a pessoa tinha bastante paciência a cada dia serrava um pouco.
Um dia finalmente conseguiu tirar tudo aquilo que nada mais era que costelas , lá dentro tinha um coração. Batendo assustado e feliz de uma vez na vida ter sido ouvido. Ele gritava por socorro, queria bater, pulsar sem pudor algum.
Resolvi avaliar melhor esse coração, ele tinha 16 anos e pertencia a pessoa que estava aqui escrevendo.
Ela pediu intervalo disse que precisava tirar o atraso, esperamos que ela volte em breve.

terça-feira, 12 de abril de 2011

"Chamas são acesas quando nós, as crianças do campo, estamos reunidos. É algo muito além das palavras, além de brigas ou das diferenças ridículas que qualquer fofoqueiro tenta expor. E tentar apagar isso é a tentativa mais tola do mundo... porque nós nos reconhecemos, sabemos quem e o que somos e isso nada irá tirar de nós."

Pode não fazer sentido mas é assim que é, e sempre foi pra mim. Uma alma inquieta correndo atrás de pequenos prazeres e deixando de lado tudo aquilo que a maioria das pessoas lutam a vida inteira para ter. Crianças do campo cresceram, e agora sinto a plenitude de quem acredita ser capaz de incendiar metrópoles.
Porque com chamas nos olhos e o peito apertado qualquer fofoqueiro fica tão pequeno porque se sabe que são mundos diferentes eu não fico xingando pessoas por elas não terem essa chama acessa gostaria que fosse recíproco mas não é. Sempre faço o que mais me pede a vida, tenho milhares de defeitos e erros suficientes para um catálogo. Também tenho vários inimigos no meu ver porque simplesmente nunca entenderam a insanidade de deixar tudo para trás só por um sorriso.
E pensar que tudo isso não parece valer a pena quando se analisa, precisa-se viver tudo isso para saber o prazer de pequenos atos verdadeiros.
Então que se foda mesmo, pecado é não viver a vida.
Minha vida é um tanto quanto curta para perder um segundo sequer me importando com o que as pessoas fofoqueiras, invejosas e mortas-vivas acham de mim.
Porque é tão melhor incomodar do que não existir

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Eu cansei de carregar um escudo em cada mão, pesa muito.
Eu cansei de gente fingir que entende tudo.
Eu cansei de gente falsa.
Eu cansei de quem mente sem necessidade.
Eu cansei de gente sem tempero
Eu cansei de dedos apontados
Eu cansei do maremoto no Japão
Eu cansei de tarefas mínimas e complementares
Eu cansei de gente sem personalidade pra assumir quem é
Eu cansei de playboy
Eu cansei de patricinha
Eu cansei da minha impotência.
Eu cansei de manchas
Eu cansei de reclamar
Eu cansei de cansar

terça-feira, 5 de abril de 2011

Eu não sei escrever com palavras bonitas pra causar boa impressão. Eu não sei agir de determinada forma para que as pessoas não me odeiem. Eu não consigo escrever por obrigação. Eu não consigo falar algo que não penso por educação. Eu não consigo dormir sem ter feito o dia valer a pena. Eu não consigo perambular menos. Eu não consigo manter uma rotina e seguir cronogramas de estudos. Eu não consigo amar menos. Não consigo abrir mão daquilo que faz meu coração pulsar.
Porque é pra isso que eu vivo, pelo frio na barriga impagavel, pelo coração pulsando, ardendo. E ele não para nunca então pra que tentar fazer parar?
É só isso sempre, eu indo pelo caminho que me dá mais prazer sem estudar os outros.
Isso não quer dizer que eu seja uma porra-louca, tá ok que eu não permito que ninguém me fale o que fazer, o que é certo o que é errado e também não falo isso pra ninguém. Tá bom que eu já fiz muita merda, e vou continuar fazendo. Que quando estou triste eu me machuco muito e quando estou alegre bato a cabeça no teto de tanto pular. Que eu não sei viver naquela coisa morna que não machuca nem dá prazer. 8 ou 8o eles chamam.
Eu não estudo as situações da vida mas eu tenho uma bela noção do que posso ou não fazer e estou apta pra colher todas as conseqüências. Eu não tenho medo da minha cabeça, eu sempre sei o que fazer com ela nem que seja bater ela na cabeça até a dor me dar um foco.
Eu sei que quem me vê de fora pode pensar que sou só mais uma adolescente rebelde sem causa, caguei pra isso. Eu sei quem sou e a partir desse momento todas essas asneiras parecem menores que planárias.
Eu preciso estar constantemente no limite, e é aqui me encontro.

Eu realmente havia esquecido como simples coisas podem ser doces.